O presidente Lula disse outro dia que não se importa muito com comidas elaboradas servidas em recepções internacionais. “Se tiver arroz, feijão, um bife e dois ovos fritos, estou feliz”.
Ele e a torcida do Flamengo. Se tiver ainda cebola no bife, aquele caldinho da gordura sobre o arroz, uma farofa e mandioca frita, o prato seria objeto de desejo de quase todo brasileiro.
Comida caseira. Comida afetiva, comida de mãe.
Comida que não ganha prêmio. Um prato assim não iria longe no Masterchef, imagine uma estrela Michelin.
O São Paulo, sem dinheiro para grandes contratações, tem se válido de jogadores combativos e aguerridos. O bom e barato. O arroz e feijão bem temperado.
Alisson tem 75 jogos e quatro gols. Tão esforçado que virou volante.
Wellington Rato tem 46 jogos e cinco gols. Bom na bola parada.
Michel Araújo tem três gols em 32 jogos. É tão combativo que exagera na dose. Fez dois pênaltis.
David é forte e de pouca técnica. Como Erison, sempre contundido.
Caio Paulista é uma boa surpresa. Boa, apenas.
Além deles, tem Rodrigo Nestor, de Cotia. Dez gols em 169 jogos. Um grande potencial que ainda não se concretizou.
Tem o Pato, um grande ponto de interrogação.
Com estes jogadores, o São Paulo pode dar alegrias à torcida? Alegria, pode. Mas títulos, não.
As chegadas de Lucas e James – ótimas contratações – podem mudar o patamar.
Não mais comida honesta, mas sim papa fina. Com eles, o São Paulo pode sonhar com título contra o favorito Flamengo. Ou com uma vaga para a Libertadores, via Brasileiro.
Sem eles, não